quarta-feira, 30 de março de 2011

@@ não me importa @@


não importa
que não se importe
com o que realmente importa
mas o que realmente importa
é o que me importa
independente
de a quem possa importar

(Taciana Valença)

Quem dera eu fosse ela...


Não, eu não sou mais a pessoa que conheceu...
Ela partiu, lembra?
Com aquela mesma mochila que gostava de usar...
Com o tênis que gostava de andar
Com os sonhos que vivia a sonhar
Não, eu não sou mais a pessoa que conheceu...
Ela apenas me deixou em seu lugar...
Quem dera eu fosse ela


Que sempre sabia o que fazer
E sempre tinha certeza da decisão a tomar...
Ah! Por que não me contou seus segredos antes de me deixar?



Quem dera eu fosse ela...
Que parecia ter o mundo aos seus pés
Tomando decisões sem medo de errar
Segura e única a tudo enfrentar

Ah, quem dera eu fosse ela
Que parecia carregar a certeza da felicidade
Que confiava em si e jamais era covarde
Ah! Quem dera eu fosse ela....
Não tinha nem mesmo medo de perder
E tanto confiava nisso
Que acostumou-se a vencer


Ah! Quem dera eu fosse ela...
Mas ela me deixou em seu lugar
Talvez ela agora tivesse na ponta da língua
A resposta, para o que acaba de me perguntar
Mas eu não sou ela...
Ela partiu e não sei onde está
Por isso hoje não tenho a resposta
Para o que acaba de me perguntar!
(Taciana Valença)




sábado, 26 de março de 2011

AMARRAS

por que tão preso?
travado, sozinho
parecendo um ser
perdido no mundo
assim, tão preso?

preciso de chuva
que lave-me a alma
preciso do grito
que guardo na calma
preciso explodir
antes que me engulam!
(Taciana Valença)

sexta-feira, 25 de março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Inundáveis Lembranças...



Desesperada voltei...
A casa estava lá, do mesmo jeito. As paredes tinham as mesmas cores.
Podia até ouvir o barulho da família. Os dias de festas, papai apressando para a escola, os amigos jogando no terraço... Mas os pensamentos faziam eco.... Faltavam os móveis, os amigos, a família....
Mas eu tinha que buscar aquele documento. Haveria de estar por lá? Provavelmente não, não depois de tanto tempo.
Nos ouvidos escutava o apito do silêncio.
Entro no quarto que fora meu. Procurei no guarda-roupas, nas gavetas, olhei também nos outros quartos.
Nada. Não havia nada além do cheiro daquelas alcatifas mofadas pelo tempo.
Comecei a espirrar enquanto andava pelos outros aposentos... Lágrimas escorriam.
Vieram as lembranças. Mas lembranças só não bastavam.
Tinha que achar o documento!
Mas nada! Não encontrei nada!
De repente águas pareciam inundar a  casa.
Vinha de todos os lados. O que teria acontecido? Seria água da piscina?
Parecia lavar tudo.  Mas quanta água!!!!
Olhei então para as escadas. Um corpo era arrastado.
Era o corpo do escritor! Meu Deus, por que ele estaria ali?
Procurava o mesmo documento que eu?
Que loucura. Só podia ser um pesadelo!
O corpo desceu boiando e a cabeça encostou em minha perna.
Num ímpeto movimentei-me para correr.
Mas nesta hora ele abriu os olhos e numa gargalhada que jamais ouvi antes falou:

-Peguei você!

(Taciana Valença)

domingo, 6 de março de 2011

## ILUSÕES ##

As ilusões são pássaros
Que prendemos em gaiolas
Alimentando-as de sonhos
Sem deixarmos ir embora

Como se dominássemos
Ou sobre as mesmas tivéssemos poder
Mas apenas temos o poder de engaiolá-las
E alimentá-las presas a nós

Mas as ilusões tem asas
E precisam de liberdade
Precisam ser livres
Para tentarem ser verdades

Enganamo-nos prendendo-as a nós
Como se próximas fossem menos ilusões
E tentando enganá-las em vão
Vivemos presos, sem o céu, sem o chão...

(Taciana Valença)